Mitos e Verdades sobre Mudanças Climáticas
Os temas mudanças climáticas, crise climática, aquecimento global são discutidos a muito tempo e isso tem ganhado mais alcance uma vez que começa a ganhar espaço além dos especialistas.
“Como o próprio nome já diz, são alterações no clima que causam impacto em várias partes do globo. Entre os pontos mais críticos estão a extinção de espécies, derretimento de geleiras e aumento do nível do mar, chuvas intensas em diferentes partes do planeta, temperaturas altíssimas, entre outras” (INSTITUTO ÁGUA SUSTENTÁVEL, 2021).
As alterações climáticas podem ter causas naturais (alterações na radiação solar e dos movimentos orbitais da Terra) ou podem ser consequência das atividades humanas. De acordo com a WWF Brasil, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas responsável por produzir informações científicas, declara que há 90% de certeza que o aumento de temperatura na Terra está sendo causado pela ação do homem.
Breve cronologia dos principais pontos que envolvem as mudanças climáticas (Fonte: BBC NEWS BRASIL, 2013):
- 1896: Svante Arrhenius (químico sueco) conclui que a era industrial movida a carvão vai colaborar para o aumento do efeito estufa natural. Sua contestação do "efeito estufa criado pela ação do homem" são parecidas ao usado em modelos climáticos atuais (acréscimo de alguns graus Celsius para o dobro de aumento de gás carbônico - CO2);
- 1927: As emissões de carbono a partir da queima de combustível fóssil com a industrialização alcançam 1 bilhão de toneladas por ano.
- 1938: Utilizando dados de 147 centros de estudos climáticos ao redor do mundo, Guy Callendar (engenheiro britânico) mostra que houve um aumento da temperatura no século anterior e comprova que a concentração de CO2 aumentou no mesmo período;
- 1965: Uma Comissão de Aconselhamento à Presidência dos Estados Unidos alerta que o efeito estufa é uma "preocupação real".
- 1987: Nações selam um acordo e criam o Protocolo de Montreal, restringindo o uso de materiais químicos que destroem a camada de ozônio.
- 1988: Criado o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU para analisar as evidências em torno das alterações no clima;
- 1989: As emissões de carbono a partir da queima de combustível fóssil e da atividade industrial atingem 6 bilhões de toneladas por ano.
- 1992: Na ECO-92 representantes das nações participantes definem os termos da "Conferência Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas", documento que cria a matriz única sobre mudanças climáticas. Entre seus principais objetivos, está "a estabilização do nível de concentração de gases do efeito estufa na atmosfera de forma a evitar uma interferência antropogênica perigosa no sistema climático". Os países industrializados concordam em reverter as emissões aos níveis de 1990.
- 1995: O segundo relatório de avaliação do IPCC conclui que um balanço das evidências sugere "uma discernível influência humana" no clima do planeta. O documento é considerado a primeira declaração definitiva a atribuir responsabilidade ao homem pelas mudanças climáticas.
- 1997: É acordado o Protocolo de Kyoto. Os países ricos prometem reduzir as emissões em média de 5% no período de 2008 a 2012, com metas que variam enormemente de um país para outro.
- 2001: O terceiro relatório de avaliação do IPCC indica "nova e mais forte prova" de que as emissões de gases causadores de efeito estufa a partir da atividade humana são a causa principal do aquecimento verificado na segunda metade do século 20.
- 2005: O Protocolo de Kyoto é transformado em lei internacional para os países que permanecem nele.
- 2006: As emissões de carbono a partir da queima de combustível fóssil e da atividade industrial atingem 8 bilhões de toneladas por ano.
- 2011: Dados mostram que as concentrações de gases de efeito estufa estão aumentando em um ritmo mais rápido do que em anos anteriores.
- 2012: O gelo no Ártico atinge uma extensão de 3.410.000 km², a menor área desde que as medições por satélite começaram, em 1979.
Fonte: Canva
- 2015: É criado o Acordo de Paris é um documento, assinado em 2015 por 195 países, que tem como objetivo principal a tomada de medidas para lidar com as alterações climáticas.
- 2021: 26ª Cúpula Climática da ONU (COP26), ocorreu a assinatura do Pacto do Clima de Glasgow por mais de 200 países. Os países assumiram compromissos ambientais como a redução gradual do uso de combustíveis fósseis, regras para o mercado de carbono, financiamento a países emergentes para realização de transição energética e meios de reparação dos danos em razão das mudanças climáticas (EXAME, 2021).
Será que tudo que vemos nas mídias sobre as mudanças climáticas é verdade?
Trouxemos aqui alguns mitos e verdade sobre as mudanças climáticas para você ficar bem informado!
- A ação do homem não influencia tanto nas mudanças climáticas – MITO! “O IPCC desenvolveu uma modelagem para medir o impacto de diferentes fatores sobre o aquecimento global. ‘Não há dúvida de que a influência humana aquece a atmosfera, os oceanos e a terra’, e ainda mais de 99% dos artigos sobre mudança climática publicados desde 2012 em revistas científicas (revisadas por pares) concordam com a atribuição do fenômeno à ação humana” (R7 NOTÍCIAS, 2021).
2. O aumento da temperatura afeta o nível do mar – VERDADE! O aquecimento global é responsável, também, pelo aumento da temperatura dos oceanos, que ocasiona o derretimento das geleiras e leva à um aumento do nível do mar. Isso causa danos a moradores de áreas costeiras e ilhas e para todo o ecossistema marinho (UOL, 2021).
3. As florestas são a maior fonte de produção de oxigênio do mundo - MITO! As árvores respiram e consomem quase tanto oxigênio quanto produzem, e grande parte do ar que entra em nossos pulmões vem, na verdade, das algas marinhas, que fazem processos químicos para reverter gás carbônico em oxigênio (ÉPOCA, 2015). Segundo Frederico Brandini (Instituto Oceanográfico da USP) “neles [oceanos] é que estão as algas marinhas responsáveis pela produção da maior parte do oxigênio consumido no planeta” (CICLO VIVO, 2021).
4. As mudanças climáticas afetam os recursos hídricos – VERDADE! No Quarto Relatório Científico do IPCC AR4 há evidências que as mudanças no clima podem afetar significativamente o planeta, em especial no que se refere a extremos climáticos, com maior intensidade em países menos desenvolvidos em região tropical (MARENGO, 2008). Isso vem se comprovando ao longo dos anos, “grande parte dos países menos desenvolvidos já enfrenta períodos incertos e irregulares de chuvas, e as previsões para o futuro indicam que as mudanças climáticas vão tornar a oferta de água cada vez menos previsível e confiável” (MARENGO, 2008). A escassez de água, agravada pela mudança climática, pode custar a algumas regiões até 6% de seu PIB, estimular a migração e gerar conflitos (WORLD BANK, 2021).
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