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Imagem de Annette por Pixabay

Bioeconomia: o que significa e como se aplica?

Você já ouviu falar de bioeconomia? Pode parecer um pouco estranho, mas sua definição é bastante simples:

“Bioeconomia é a ciência que estuda os sistemas biológicos e recursos naturais aliados a utilização de novas tecnologias com propósitos de criar produtos e serviços mais sustentáveis A bioeconomia está presente na produção de vacinas, enzimas industriais, novas variedades vegetais, biocombustíveis, cosméticos entre outros.” (PORTAL DA INDÚSTRIA).

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Fonte: Canva

A bioeconomia já vem se destacando no mercado uma vez que apresenta soluções para uma demanda cada vez maior de produtos e serviços, mas ao mesmo tempo contribui para a conservação de recursos naturais, de acordo com dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) o setor já movimenta aproximadamente 2 trilhões de euros e gera emprego para 22 milhões de pessoas (FIA BUSINESS SCHOL, 2021). Envolve vários segmentos industriais e está associada ao desenvolvimento e à produção de fármacos, vacinas, enzimas industriais, novas variedades vegetais e animais, bioplásticos e materiais compósitos, biocombustíveis, produtos químicos de base biológica, cosméticos, alimentos e fibras (PORTAL DA INDÚSTRIA).

Segundo uma pesquisa realizada pela WRI Brasil (2022) as abordagens de bioeconomia presentes na literatura atual foram resumidas em três tipos:

  • Bioeconomia Biotecnológica: o crescimento econômico e a geração de empregos se sobrepõem aos critérios de sustentabilidade. A incorporação de tecnologias intensivas em ciência no processo de produção gera maior eficiência ambiental.
  • Bioeconomia de biorrecursos: busca maior equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade dos produtos e processos, porém com a produtividade e eficiência prevalecendo sobre a conservação da integridade dos ecossistemas em que a atividade econômica acontece. Propõe o aumento de produtividade e intensificação do uso do solo, o que pode aumentar a pressão sobre os recursos naturais.
  • Bioeconomia Bioecológica: o critério de sustentabilidade se sobrepõe ao de crescimento unilateral da economia. Privilegia a promoção da biodiversidade, conservação dos ecossistemas, habilidade de prover serviços ecossistêmicos e prevenção da degradação do solo. Os vetores de inovação, ganhos de produtividade e redução de custos são práticas orgânicas e ecológicas, com pesquisa e inovação voltadas para soluções locais, baseadas em diversidade, reuso de matéria e energia, redução de insumos agroquímicos e fontes de energia externas ao sistema.

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Fonte: Canva

Bioeconomia no Brasil

Há várias definições para o termo bioeconomia e ele tem evoluído e pode variar de acordo com cada autor. No Brasil, CNI (2013) deu ênfase na definição de bioeconomia por meio de suas aplicações (PARISI E RONZON, 2016 apud OLIVEIRA E SILVA, 2018): 

  • Produção primária, ou agronegócio, que inclui a criação de plantas e animais e as aplicações veterinárias; 
  • Produção de biocombustíveis; 
  • Biotecnologia industrial, envolvendo o processamento e a pro- dução de produtos químicos, plásticos e enzimas; 
  • Aplicações ambientais, como biorremediação, biossensores e ou- tros métodos para reduzir impactos ambientais; e 
  • Saúde humana (particularmente biotecnologia médica), englo- bando novos procedimentos diagnósticos e terapêuticos, como farmacogenética, alimentos funcionais e equipamentos médicos. 

No Brasil a bioeconomia tem potencial para melhorar toda a multifuncionalidade da agricultura em prol da produção de alimentos, fibra, energia, prestação de serviços ambientais e ecossistêmicos, química verde e novos insumos (EMBRAPA). “Adicionalmente, a competência em bioenergia, agricultura e biotecnologia faz do Brasil um dos protagonistas no cenário da bioeconomia em nível mundial” (EMBRAPA).

O Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa) desenvolve desde 2019 o programa Bioeconomia Brasil - Sociobiodiversidade, que tem como objetivo aumentar a participação dos pequenos agricultores, agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais e seus empreendimentos nos arranjos produtivos e econômicos que envolvam o campo da bioeconomia (WRI BRASIL, 2022).

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Fonte: Canva

O país tem muita atuação na área de bioeconomia, destacando-se (IPEA, 2017):

  • Instituições governamentais: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
  • Instituições de ensino e pesquisa: universidades e instituições públicas e privadas de pesquisa; 
  • Empresas privadas pequenas, médias e grandes e suas confederações, pequenos, médios e grandes produtores do setor primário;
  • Consumidores, que são importantes agentes ao demandar produtos de qualidade seguindo esse conceito. 

O Brasil tem um grande potencial em relação a bioeconomia e a sua aplicação tende a crescer ainda mais nos próximos anos.

 

Benefícios da bioeconomia (FIA BUSINESS SCHOL, 2021):

  • Combate ao Aquecimento Global: priorização de fontes limpas de energia;
  • Agrega Valor para a Agricultura: principalmente a valorização de pequenos e médios agricultores;
  • Preserva a Flora e a Fauna: manutenção da flora e da fauna, ressaltando seu papel crucial para o bem-estar de todos os seres vivos;
  • Propicia o Aproveitamento de Resíduos: muitos resíduos podem ser materiais para gerar novos insumos ou energia;
  • Contribui para a Segurança Alimentar: garantir a segurança alimentar para todos depende de esforços em prol do desenvolvimento sustentável, sendo a bioeconomia um;
  • Democratiza o Acesso à Energia: levar a eletricidade a locais remotos, é um desafio que requer soluções criativas como as propostas da economia sustentável.
  • Concilia Progresso e Desenvolvimento Social: é possível avançar, aumentar a produção e crescer, sem prejudicar os ecossistemas e sem esgotar ou impactar os recursos naturais.

E aí já tinha ouvido falar desse termo que é tão importante?

Fonte:

EMBRAPA

FIA BUSINESS SCHOL, 2021

IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Brasil 2035: cenários para o desenvolvimento. Brasília, 2017.

OLIVEIRA E SILVA, 2018

PORTAL DA INDÚSTRIA

WRI BRASIL, 2022