
Como a moda pode ser sustentável?
Você é uma pessoa consciente em relação ao meio ambiente? Você sabia que as nossas escolhas no dia a dia provocam algum impacto, seja direto ou indireto, ao meio ambiente? Até mesmo a roupa que escolhemos comprar pode prejudicar futuramente o meio ambiente, vamos entender isso?
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Segundo o Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (2019) “a indústria da moda está avaliada em cerca de US$ 2,4 trilhões e emprega mais de 75 milhões de pessoas no mundo. O dado mais curioso, levantado pela ONU Meio Ambiente, é que se perde cerca de US$ 500 bilhões ao ano em descarte de roupas que vão para aterros e lixões”.
A indústria da moda é responsável por 8% da emissão de gás carbônico na atmosfera, o poliéster que é uma das fibras mais utilizadas no setor emite anualmente entre 32 milhões de toneladas globais de CO2 para atmosfera, além disso, são necessários mais de 200 anos para decomposição da fibra (CAMARGO, 2021).
Temos solução para o problema?
A sustentabilidade é essencial para o sucesso de qualquer negócio, adotar práticas sustentáveis no processo de produção, na estratégia de negócios de uma empresa não é mais uma escolha e sim um diferencial de mercado que levará ao melhor desempenho no mercado. Isto ficou mais evidente com a introdução de práticas e princípios ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), conforme Juarez mencionou no Artigo - ESG: o que é e por que é tão importante?
“As empresas que estão buscando melhor performance nas questões relacionadas a ESG estão melhores posicionadas em todos os quesitos: são mais seguras, têm mais longevidade, têm controle na gestão de riscos muito mais apurado, são mais críveis e dão mais segurança para compor a carteira de investimento para seus clientes”.
Para a indústria da moda isso não será diferente! Com esta nova mudança de visão e necessidade de se adaptar ao mercado, o setor da moda e vestuário está procurando meios e materiais que sejam mais amigáveis para o meio ambiente, fazendo com que a reutilização, reciclagem, uso de menos água na cadeia de produção sejam primordiais e impulsione a economia circular.
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“Na moda, a circularidade busca, sobretudo, a garantia da longevidade das peças, reduzindo o consumo descontrolado, incentivado pelo modelo de moda rápida, e, com isso, o descarte de resíduos e os danos causados ao meio ambiente. A proposta dá possibilidade, também, para o crescimento de negócios voltados para o aluguel, revenda, conserto e reforma das peças, uma vez que a vida útil é ampliada, com a utilização de materiais recicláveis e renováveis, que priorizam o acompanhamento dos ciclos da natureza” (SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS, 2022).
Bacana não é mesmo? E tem muita marca importante no mercado que já mudou sua linha de pensamento e agora faz uso de processos, matéria-prima e descarte que agridem menos o meio ambiente e principalmente a água! Vamos ver algumas?
- Em 2019 o projeto Trama Afetiva da Fundação Hering trouxe como tema “Um novo passo rumo à Economia Circular”: foi apresentado um tecido de feltro feito a partir da desfibração de peças com defeitos de fábrica da Cia. Hering e que foram submetidas a um processo de tecelagem industrial, realizado pela empresa paulista Feltros Santa Fé (CARTA CAPITAL, 2019).
- A marca é a Adidas em 2020 passou a utilizar poliéster reciclado em 50% de seus produtos. Até 2024 pretende chegar a 100%. A empresa também se comprometeu a reduzir 30% da emissão de carbono em 2030, em comparação a 2017. Em 2050 a Adidas pretende alcançar a neutralidade em impactos climáticos (CAMARGO, 2021).
- A Arezzo possui a plataforma Arezzo Futuro e lançou tênis ZZ Bio, feito com fio de poliamida biodegradável, que ao contrário das fibras sintéticas, é totalmente eliminado em menos de três anos, quando descartado de forma correta em aterros sanitários. O projeto tem como objetivo posicionar o grupo como porta-voz da nova agenda de sustentabilidade no mercado de calçados (AREZZO FUTURO; CAMARGO, 2021).
Outras alternativas de estimular a moda circular e sustentável é a compra de produtos artesanais, marcas familiares, pois não trabalham com produção de larga escala e tem uma política mais respeitosa em relação aos seus funcionários.
Seja consciente em relação ao meio ambiente, pense e repense em seu consumo, o planeta agradece!
Referências:
AREZZO FUTURO: https://www.arezzo.com.br/arezzo-futuro
CAMARGO, 2021:
https://einvestidor.estadao.com.br/colunas/fernanda-camargo/impacto-ambiental-industria-moda
CARTA CAPITAL, 2019:
https://www.cartacapital.com.br/blogs/fashion-revolution/reciclagem-de-residuos-texteis-caminho-para-uma-economia-circular/
INSTITUTO ÁGUA SUSTENTÁVEL, 2021:
https://www.aguasustentavel.org.br/conteudo/blog/149-esg-o-que-e-e-por-que-e-tao-importante
SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS, 2022:
https://www.sema.ma.gov.br/noticias/beneficios-da-moda-sustentavel-para-o-meio-ambiente
SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARANÁ, 2019: https://www.fiepr.org.br/boletins-setoriais/5/especial/industria-da-moda-e-responsavel-por-cerca-de-10-das-emissoes-de-gases-estufa-2-32021-395679.shtml