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Imagem de Vlad Vasnetsov por Pixabay

Conheça os cinco principais materiais recicláveis

Artigo escrito por Sofia Jucon | Parceria IAS e Ecowords

Os desafios para o descarte correto dos materiais recicláveis são muitos, mas também existem soluções. A reciclagem é um processo complexo que depende de vários fatores:  sua complexidade, como a demanda do mercado, preços, regulamentações locais e, principalmente, a participação de todos os cidadãos que devem descartar os produtos corretamente, pois essa parte é extremamente importante para a qualidade da reciclagem. Afinal de contas, os produtos reciclados irão competir com os novos no mercado.

 

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Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/parque-a-separa%c3%a7%c3%a3o-de-res%c3%adduos-4337477/

Existem diversos tipos de materiais recicláveis e há várias formas para reciclá-los. Quando é reciclado na própria fábrica, esse material pode eventualmente entrar no processo produtivo reduzindo as perdas do próprio processo. Pode-se, ainda, por meios físico-químicos, decompor os produtos recicláveis e reconstituí-los na sua forma pura e original, ou fragmentá-los para ser empregados na fabricação de um novo produto.

“Tudo isso, porém, envolve custos relativos ao processo de reciclagem. Isso quer dizer que os materiais são recicláveis se o custo da reciclagem for menor que o de sua produção. De maneira geral, o vidro, o papel e os metais têm custos de reciclagem muito mais baixos que seus processos produtivos. No caso dos polímeros, entretanto, isso não ocorre, uma vez que não são economicamente viáveis”, ressalta Guilherme Wolf Lebrão, professor de Engenharia dos Materiais do Instituto Mauá de Tecnologia.

Os cinco principais produtos recicláveis:

  1. Papel: a reciclagem de papel é vital para garantir a redução do impacto ambiental e o desperdício geral. 70% a menos de energia são gastos ao se fazer papel novo a partir de estoque reciclado do que ao se usar celulose nova;

  2. Plástico: existem cerca de 50 grupos diferentes de plásticos, com milhares de variedades. A maioria dos tipos de plástico não é reciclável e somente 6% de todo plástico produzido, por isso precisam ser descartados em aterros para reduzir a quantidade de resíduos e ajudar a evitar que o lixo vá para os oceanos. Como a maioria dos plásticos não é biodegradável, eles demoram muito para se decompor;

  3. Metal: todos os tipos de metais não ferrosos e ferrosos são recicláveis. Para se ter uma ideia de quanta energia a reciclagem pode economizar, só reciclar uma lata de alumínio pode economizar energia suficiente para alimentar uma televisão por cerca de três horas!;

  4. Vidro: pode levar cerca de um milhão de anos para se decompor totalmente, o que é um grande problema para os aterros sanitários que ficam muito cheios. O vidro é 100% reciclável e nunca perde pureza nem qualidade ao ser reciclado; gasta 70% menos energia na sua reciclagem do que na produção;

  5. Madeira: a madeira pode ser reutilizada como material de construção, reciclada como cobertura morta para paisagismo. Até mesmo a madeira de baixo grau é útil,  porque pode ser usada como combustível para gerar energia ambientalmente correta.

O professor Guilherme Wolf Lebrão reforça que todos os materiais podem ser recicláveis, até mesmo isopor e bitucas de cigarro, mas é preciso verificar se o produto obtido desse processo é economicamente viável. “Além disso, em produtos que foram descartados, é fundamental fazer a correta separação dos materiais, para facilitar a tarefa do reciclador e lavar os produtos, pois os contaminantes interferem na reciclagem e podem até inviabilizar o processo”, informa o engenheiro.

Importância da coleta seletiva

Temos que lembrar que a coleta seletiva é uma ação fundamental para o correto descarte dos materiais recicláveis. A PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos, vigente há 10 anos, trabalha o conceito da responsabilidade compartilhada entre empresas, governo e consumidor no que se refere à gestão dos resíduos sólidos. Desde sua criação, houve um crescimento de 186% nos municípios com coleta seletiva e logística reversa, segundo dados da pesquisa Ciclosoft 2020, patrocinada pela Tetra Pak. O estudo é realizado a cada dois anos pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) e apresenta o engajamento dos municípios e os indicadores relacionados aos modelos de coleta, além da participação das cooperativas e os custos da operação de coleta seletiva.

A Pesquisa Ciclosoft 2020 aponta que 1.269 municípios brasileiros têm acesso ao serviço de coleta seletiva, e traz informações e indicadores relacionados à gestão pública da coleta seletiva municipal de 341 municípios, que correspondem a cerca de 35% da população brasileira.

Segundo Valéria Michel, diretora de Sustentabilidade da Tetra Pak Brasil e Cone Sul e presidente do Cempre, a Pesquisa Ciclosoft é uma iniciativa importante para apoiar a coleta seletiva, uma vez que traz um mapeamento mais detalhado dos cenários da reciclagem no País, o que serve como um guia para direcionar as iniciativas de diferentes stakeholders. “Entendemos que nesses 10 anos, a PNRS foi importante para o progresso da reciclagem no Brasil, mas sabemos que ainda temos desafios importantes para continuar avançando nessa agenda. Estamos no caminho certo e temos um potencial enorme para implementar iniciativas e programas voltados para a conscientização socioambiental, muitos deles já sendo desenvolvidos”, destaca a executiva.