Saneamento e justiça social: água como direito humano, histórias de transformação com o Instituto Água Sustentável
O acesso ao saneamento básico é um dos pilares essenciais para garantir a dignidade humana, a saúde pública e o desenvolvimento sustentável. Muito além de uma questão técnica ou de infraestrutura, o saneamento está profundamente interligado à justiça social, pois sua ausência afeta desproporcionalmente populações vulneráveis, especialmente aquelas em situação de pobreza, em territórios periféricos ou rurais e historicamente marginalizadas.
No Brasil, essa realidade é marcada por fortes desigualdades regionais: segundo o Instituto Trata Brasil (2025), mais de 32 milhões de pessoas ainda vivem sem acesso à água tratada e cerca de 90 milhões não possuem coleta de esgoto.
As consequências da falta de saneamento são visíveis e perversas. Sem acesso a serviços básicos como água limpa, coleta e tratamento de esgoto, comunidades enfrentam altos índices de doenças de veiculação hídrica, contaminação ambiental, evasão escolar e até mortalidade infantil.
“Em 2024, das 344 mil internações registradas no país por doenças de veiculação hídrica, 70 mil ocorreram entre crianças de 0 a 4 anos, representando 20% do total de casos. Entre idosos acima de 60 anos, a situação é igualmente preocupante, com 80,9 mil internações, correspondendo a 23,5% do total” (INSTITUTO TRATA BRASIL, 2025).
Ao mesmo tempo, o déficit de saneamento perpetua ciclos de exclusão, onde a ausência de um direito básico se transforma em um mecanismo de manutenção da pobreza e da desigualdade.
Foto: Canva Pro
Nesse cenário, o acesso à água assume um papel ainda mais central. Em 2010, a Organização das Nações Unidas reconheceu formalmente o acesso à água potável e ao saneamento como um direito humano essencial à vida. No entanto, no Brasil, esse direito segue distante para milhões. Em áreas rurais, assentamentos informais e territórios indígenas, a ausência de políticas públicas adequadas, somada à falta de investimento, torna a água um bem escasso — mesmo em um país com abundância hídrica.
A água é, portanto, uma questão de cidadania. Sua ausência retira das pessoas a possibilidade de viver com saúde, de estudar, trabalhar, alimentar-se adequadamente e exercer plenamente sua cidadania. Garantir o acesso universal à água e ao saneamento é, portanto, uma urgência civilizatória e um compromisso com a justiça social.
Nós estamos fazendo a diferença!
É neste contexto que o Instituto Água Sustentável (IAS) se destaca como uma iniciativa transformadora. Criado com o propósito de fomentar o uso responsável e consciente da água e promover a sua gestão sustentável, o IAS atua em diversas frentes — educação, formação, advocacy e comunicação — com uma abordagem interdisciplinar e integradora.
Entre os projetos mais impactantes do Instituto está o Professor Água, uma série de animações, vídeos e materiais pedagógicos que dialogam diretamente com crianças, professores e comunidades escolares. O projeto busca, por meio da educação ambiental, formar cidadãos mais conscientes do valor da água e preparados para defendê-la como direito humano. Os materiais são acessíveis e usados amplamente em escolas públicas e privadas de todo o país. Milhares de crianças e pais já foram impactados positivamente com esse projeto.
Outro destaque é o IAS Capacita, um programa de formação técnica que oferece capacitação em gestão sustentável da água para agricultores, lideranças comunitárias e gestores públicos. O foco está em promover a autonomia local, o uso eficiente dos recursos hídricos e a valorização do conhecimento popular, em diálogo com a ciência. A formação se mostra fundamental em regiões onde a falta de assistência técnica agrava os efeitos da escassez ou da má gestão hídrica.
Destacamos ainda um projeto que vem fazendo a diferença na vida das pessoas, diagnóstico do abastecimento de água e ações estruturantes e educacionais em comunidades vulneráveis. A história destas comunidades é um lembrete da importância da água como alicerce da vida e do desenvolvimento. É um chamado à ação para garantir que esse direito fundamental seja acessível a todos, promovendo a dignidade, a igualdade e um futuro sustentável para as gerações presentes e futuras.
Foto: Canva Pro
A atuação do Instituto vai além dos projetos comunitários. No campo institucional, o IAS organiza e participa ativamente de eventos, debates públicos e mobilizações para defender o bom uso da água, a universalização do saneamento e pressionar por políticas públicas mais equitativas. Em fóruns como o Pernambuco Carbon Summit, organizado pelo IAS trouxe especialistas renomados para discutir o tema da descarbonização e foi marcado por falas impactantes e, como Everton de Oliveira – O Professor Água (Diretor do Instituto Água Sustentável) destacou “ser pioneiro na economia de baixo carbono... não é custo, é investimento inteligente”.
Foto: Una Fotografia
Nas redes sociais, especialmente no LinkedIn e Instagram, o IAS compartilha suas ações, formações e campanhas, reforçando seu compromisso com a transparência e o diálogo com a sociedade. Entre as ações recentes, destaca-se a divulgação de ações importantes e que fazem a diferença no meio ambiente.
Outro ponto alto da atuação recente do Instituto foi a participação no Fórum Arquidiocesano das Águas em Chapecó/SC, foi um evento realizado em sintonia com a Campanha da Fraternidade 2025 e promovido pela Arquidiocese de Chapecó/SC. Este evento foi muito mais do que um encontro – foi um espaço de escuta e diálogo para construção coletiva diante dos desafios hídricos enfrentados na região. Água é sinônimo de dignidade e por isso é tão importante falar sobre ela de uma forma que alcance pessoas para além de especialistas.
Foto: Arquidiocese de Chapecó/SC.
O IAS também colabora com iniciativas internacionais, como o projeto Águas Subterrâneas: histórias invisíveis, que conta histórias das comunidades e as suas relações com a água subterrâneas, um recurso essencial, porém invisível, em muitas regiões.
Foto: Canva Pro
Essas ações mostram que transformar o acesso à água e ao saneamento exige mais do que obras: é preciso educação, mobilização e articulação institucional. A experiência do Instituto Água Sustentável revela que é possível, sim, reverter o quadro de mau uso da água e de exclusão hídrica no Brasil, desde que os esforços envolvam a sociedade civil, governos e comunidades.
O acesso à água e ao saneamento é uma questão de justiça social, e projetos como os do IAS demonstram que mudanças reais são possíveis quando o direito à água é tratado com a urgência, a dignidade e o cuidado que merece.
O MUNDO PRECISA DE ÁGUA!
Referências: